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Colunista

Marcello Amorim

Globo na Transmissão do Festival de Parintins: Entre Ilusionismo e Impasses Contratuais

Na última semana, o anúncio da participação da Globo na transmissão do Festival de Parintins trouxe um misto de euforia e apreensão. Enquanto a emissora carioca se prepara para exibir apenas lances do festival durante o Fantástico e no Globoplay, os amazonenses aguardam ansiosos por uma cobertura mais abrangente. Mas, como sempre, há mais do que aparenta nesse espetáculo midiático.

A entrada da Globo foi justificada pelo governo estadual como uma jogada estratégica, afinal, trata-se da “segunda maior rede de TV do mundo”.

Porém, para os observadores mais atentos, parece mais uma demonstração de ilusionismo, onde a promessa de uma cobertura completa se desfaz em um jogo de espelhos, relegando o evento a um mero complemento de programação.

Enquanto isso, nos bastidores, o clima esquenta com os impasses contratuais. Caprichoso e Garantido, os protagonistas do festival, almejam um mínimo de R$ 1,5 milhão cada um, mas o empresário Phelippe Daou Jr. parece relutante em abrir os cofres.

O risco, então, recai sobre os ombros do contribuinte amazonense, que pode acabar pagando a conta por essa disputa de egos.

A situação se complica ainda mais com a entrada da Rede Amazônica na transmissão, colocando em xeque um contrato de exclusividade com a Rede Calderaro de Comunicações.

Enquanto isso, a TV A Crítica segue fazendo sua parte, mas perde a exclusividade, mostrando que, no jogo do capitalismo, a ganância por mais dinheiro e poder pode facilmente atropelar os acordos sociais.

Assim, o que poderia ser um momento de celebração cultural se transforma em um espetáculo de interesses escusos e disputas contratuais.

Enquanto o boi-bumbá dança na arena, nos bastidores, o verdadeiro espetáculo é o embate entre vaidades e o desejo voraz por mais poder e lucro. Talvez, em meio a essa confusão, esteja a verdadeira essência do festival: uma reflexão sobre a natureza humana e seus constantes embates pelo controle e pela glória.

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