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Colunista

Marcello Amorim

STF e a Maconha: O Teatro da Hipocrisia

Após nove anos de sucessivas interrupções, finalmente o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal. Com um placar de 6 votos a 3, nossos ilustres ministros definiram a quantidade de 40 gramas para diferenciar usuários de traficantes. Em uma decisão que promete acender debates calorosos, a pergunta que não quer calar é: para onde nossa nação está caminhando com um Supremo Tribunal que regulamenta o vício, o escárnio, o crime?

Em uma manobra que muitos chamam de “descriminalização”, vemos o homem descortinar sua natureza, seus vícios, e aplaudir de pé. É o suprassumo do cinismo e da hipocrisia, um atalho que favorece quem consome de um lado e, de outro, quem trafica. Os ministros romperam a esfera do respeito e da decência, invadindo uma competência que é claramente do Congresso Nacional.

Mas não se enganem: essa medida não resolve nada, não combate nada. O STF não conseguiu acabar com o tráfico, não conseguiu diminuir o consumo, mas conseguiu ganhar aplausos de artistas adeptos ou ‘maconheiros aristocráticos’. Aqueles que celebram a liberdade individual acima da saúde pública.

E a cereja do bolo? A decisão de que só vale consumir em casa. Ora, quem não sabe que o delivery das drogas já está estabelecido há muitos anos? Imaginem só, o cidadão comum agora pode pedir sua pizza e seu baseado na mesma ligação. O STF, com essa decisão, mostrou que está antenado com as novas tendências de mercado.

Enquanto o país luta contra a criminalidade, o desemprego e a desigualdade, o STF parece mais preocupado em garantir que o cidadão tenha o direito de consumir sua erva tranquilamente no sofá de casa. Se essa é a direção que a nossa nação está tomando, resta-nos apenas torcer para que os próximos nove anos sejam menos “interrompidos” e mais focados em soluções reais para os verdadeiros problemas do Brasil.

Assim, seguimos em frente, com um Supremo Tribunal que parece mais um “Supremo Tribunal do Fumo”. Que o Juiz de todos nos proteja, porque os nossos ministros certamente não o farão.

*Marcello Amorim é um profissional multifacetado, com uma trajetória notável em diversas áreas, incluindo jornalismo, publicidade, capelania, teologia, liderança política e governança civil. Sua vasta experiência lhe permite abordar os temas mais relevantes com criatividade, determinação e eficácia. Marcello possui também título de Mestre em Ciência da Educação.

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