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Colunista

Anderson Silva

Visionário sem legado: o ensaio de um futuro eleitoral de Armando Mendes

Arte: Anderson Silva/Canal92am

Cinco meses após sair de cena o icônico e imortal da política, Amazonino Mendes, após fechar a cortina de um espetáculo que o povo aplaudiu de pé, vê – de onde quer que esteja – o filho Armando Mendes dar as caras na boca de cena da governança Baré.

De forma sincera e lúcida, o empresário (dono da Rádio Mix) Armando Mendes agitou a política ao ser entrevistado no programa MeioDia, da última terça-feira (25), exibido na Rede Onda Digital e apresentado pelo jornalista e marqueteiro político Jefferson Coronel. Mendes filho deixou claro a possível entrada na disputa à próxima cadeira do Executivo Municipal. A ficha na sigla tucana do PSDB já encontra-se assinada, como ele mesmo disse na entrevista, mas sabe que o nome de peso e o holofote póstumo de Amazonino Mendes não refletirá – pelo menos ainda – em convergência de votos.

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O mais importante de ver a entrevista, além da fisionomia óbvia próxima do Negão, foi a forma serena ao falar dos projetos políticos do genitor, do legado para o povo e do aprendizado obtido com o pai, deixando nas entrelinhas o preparo para herdar o lugar que um dia foi do eterno “Mazoca”. Essa tese também fica clara, a quem acompanhou a entrevista pelo YouTube, ao ver o jornalista Paulo Castro, ex-assessor de imprensa e figura próxima de Amazonino, instruir com olhos atentos Armando na entrevista.

A negativa dada ao pai ao revelar para o público o que os bastidores anunciaram à época, ao não abraçar a ideia de vir como vice na chapa ao governo na última eleição, transformou-se em mea-culpa de uma estratégia tardia de um dos políticos mais visionários que o Amazonas já teve.

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Os vices Rebecca Garcia (“mulher forte, guerreira e competente”), Wilker Barreto (“parlamentar corajoso”) e Humberto Michiles (“amigo com dignidade”) nem de longe absorveram a força da imagem do estadista nas últimas campanhas.

Amazonino não seguiu a tradição dos grandes políticos como Helder Barbalho (PA), Mário Covas (SP), Antônio Carlos Magalhães (BA) entre os vários que exibiam um sucessor de sangue a tiracolo com intuito de dar continuidade à herança. A sobrinha, Mônica Mendes, figura mais próxima no front político do grupo, também não absorveu o legado.

Com a vida voltada para os avanços empresariais de sucesso, mas longe das periferias eleitoreiras disputadas voto a voto, Armando entra na fila como esperança futura em meio aos poucos nomes de qualidade e a alguns políticos fazedores de “gols contra” o Amazonas em Brasília.

Não há dúvida. Ele viveu com a experiência de Amazonino. O sangue é político! Até lá, o jeito calmo com o chapéu do pai, um jipe girando na periferia, uma real aproximação do povo, com boas estratégias de marketing, podem deixar o Negão – onde estiver – orgulhoso do filho que nos últimos dias de vida quis ver, mais do que nunca, como um administrador do povo.

*Sobre o autor
Jornalista, radialista, especialista em marketing e bacharelando em direito. Estrategista político com expertise em desenvolvimento de projetos sociais, esportivos e institucionais. Com 17 anos de experiência em comunicação, atuou em emissoras de rádio e TV, jornais, portais de notícias e assessoria de comunicação política, esportiva e institucional.

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