Vídeos de IA atingem realismo quase perfeito e acendem alerta; veja vídeos

Vídeos gerados por inteligência artificial alcançam realismo quase perfeito, dificultando a distinção entre conteúdo real e sintético. Ferramentas como o Veo 3 (Google) e o Sora (OpenAI) produzem simulações de eventos históricos, como “vlogs da Idade Média” com efeitos sonoros, diálogos e ambientações que viralizaram nas redes sociais, gerando preocupação entre especialistas sobre desinformação.

Por trás da tecnologia

Marcelo Senise, presidente do Instituto Brasileiro para Regulamentação da IA, em entrevista ao site Metrópoles, aponta três fatores para o avanço: capacidade computacional elevada, modelos generativos sofisticados e bancos de dados ricos em detalhes humanos.

“Já é possível criar discursos falsos de autoridades ou crises políticas com credibilidade”, alerta.

Ele reconhece que, em muitos casos, a diferença entre real e artificial é imperceptível a olho nu, mas ressalta aplicações legítimas na educação e nas artes – desde que haja transparência sobre a origem.

O futuro próximo

Bruno Rietcher, especialista em IA, prevê que os vídeos curtos atuais (6-8 segundos) darão lugar a filmes e séries completas geradas por inteligência artificial, com opções de interatividade como finais alternativos. Enquanto isso, ele indica sinais para identificar conteúdos sintéticos: anomalias em mãos (dedos extras ou deformações), inconsistências em sombras e expressões faciais pouco naturais.

“A IA já replica emoções e coerência contextual com precisão”, pondera.

Caso real de desinformação

Um caso recente ilustra os riscos: vídeo de mulher realista simulando dificuldades financeiras e pedindo doações via PIX, com aviso sobre origem em IA quase imperceptível.

 

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Para Rietcher, reconstruções de eventos sensíveis (históricos ou religiosos) exigem responsabilidade: “Envolvem memória coletiva e sentimentos profundos – o impacto depende da consciência do criador”.