Cármen Lúcia teme que estiagem afete deslocamento de eleitores no Amazonas

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), expressou preocupação com os desafios que a seca no Amazonas pode representar para o deslocamento dos eleitores nas próximas eleições municipais. A declaração foi feita em uma entrevista ao canal da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), no YouTube, na última quarta-feira (21).

Na entrevista, Cármen Lúcia abordou a dificuldade de garantir que todos os eleitores tenham acesso às seções eleitorais em meio às condições adversas.

“A chegada das urnas e dos mesários é garantida com o apoio das Forças Armadas, mas o grande desafio é assegurar que os eleitores consigam chegar às seções eleitorais. A eleição é um evento de grande importância para os brasileiros, e nosso objetivo é minimizar qualquer impacto causado pelas condições climáticas adversas,” afirmou.

Até quinta-feira (22), 20 municípios do Amazonas declararam situação de emergência devido à estiagem. O Governo do Amazonas prevê que a seca atual pode ser tão severa quanto a de 2023, quando o nível do rio Negro alcançou 12,7 metros, o menor nível em 120 anos, afetando mais de 250 mil pessoas no estado.

Os municípios afetados incluem Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Beruri, Boca do Acre, Canutama, Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Lábrea, Pauini, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tapauá e Tonantins, conforme o boletim de monitoramento do governo.

A ministra mencionou que está tomando medidas para evitar que eleitores sejam impedidos de votar devido às condições climáticas. “Estamos empenhados em garantir que nenhum eleitor fique isolado e sem acesso à urna,” afirmou, lembrando os desafios enfrentados durante o período pandêmico de 2020.

Em julho, Cármen Lúcia visitou Manaus como seu primeiro destino oficial após assumir a presidência do TSE. Durante sua visita, ela se encontrou com autoridades locais, visitou o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e fez uma visita a uma comunidade indígena da capital, já com foco nas mudanças climáticas que afetam a região.

Atualmente, o Amazonas conta com cerca de 2,4 milhões de eleitores, um número significativo que destaca a importância de garantir que todos possam exercer seu direito ao voto, mesmo em face das adversidades climáticas.