Bolsonaro pede anulação da delação de Mauro Cid após vazamento de mensagens

O ex-presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais nesta sexta-feira (13.jun.2025) para pedir a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O pedido ocorre após a revista Veja publicar supostas mensagens que indicariam contradições entre os depoimentos do militar ao STF e conversas privadas.

As acusações

A reportagem revela diálogos de Cid com aliados bolsonaristas entre janeiro e março de 2024 – cinco meses após firmar a delação. Nas conversas, ele teria violado as regras do acordo ao:

• Usar um perfil falso (@gabrielar702) para discutir o caso;

• Criticar o ministro Alexandre de Moraes e investigadores;

• Afirmar que o STF já teria “sentença pronta” contra os investigados.

O que Bolsonaro disse

Em seu perfil no X, o ex-presidente afirmou:

“Essa delação deve ser anulada. Braga Netto e os demais devem ser libertados imediatamente. E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país”.

Ele acrescentou:

“A reportagem escancara o que sempre denunciamos: a ‘trama golpista’ é uma farsa montada sobre mentiras para perseguir opositores e calar quem desafia a esquerda”.

As contradições de Mauro Cid

Sobre redes sociais:

• Nas mensagens: Usou o perfil @gabrielar702 para conversar com aliados.

• No STF: Negou ter usado redes sociais e disse não saber de quem era o perfil.

Sobre as investigações:

• Nas mensagens: “Toda hora queriam jogar para o lado do golpe… e eu falava para trocar porque não era aquilo que tinha dito”.

• Na delação: Confirmou reuniões sobre medidas para impedir a posse de Lula.

Sobre Alexandre de Moraes:

• Nas mensagens: Chamou o ministro de “cão de ataque” e disse que “já tem a sentença pronta”.

• No STF: Afirmou ter respeitado todas as determinações de Moraes.

Riscos para Cid

Se comprovadas as violações, a delação pode ser anulada, fazendo Cid responder junto com Bolsonaro e outros réus pelo suposto plano contra a posse de Lula – com penas que podem chegar a 40 anos.

Além disso, mentir em depoimento ao STF configura crime. A defesa de Bolsonaro já havia pedido a anulação da colaboração em março, alegando que ela seria “viciada por mentiras e omissões”.

Impactos no caso

A delação de Cid foi crucial para as acusações contra Bolsonaro, incluindo a revelação sobre a “minuta do golpe”. O STF agora terá que avaliar se as mensagens comprometem a validade do acordo.

Com informações de Poder360