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Polícia

PM envolvido em esquema de ‘flanelinhas’ já tinha histórico de investigação por assédio em escola de Manaus

À época, a PMAM afirmou que analisaria sua conduta. Cordeiro admitiu as conversas, mas defendeu-se alegando que as envolvidas eram maiores de idade

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Reprodução

O tenente-coronel da Polícia Militar Eddie César Cordeiro, preso e liberado após audiência de custódia no domingo (27) por suspeita de comandar um esquema de cobrança ilegal de estacionamento em Manaus, já havia sido afastado de cargo anterior por denúncias de assédio sexual a alunas de uma escola estadual em 2019. O caso reacende críticas sobre a reincidência de condutas inadequadas envolvendo agentes públicos.

Passado polêmico: assédio em escola estadual

Em 2019, Cordeiro foi removido da direção da Escola Estadual Coronel Pedro Câmara (CMPM VIII), no bairro Compensa (zona oeste de Manaus), após a circulação de áudios e mensagens em que ele assediava alunas. Nas gravações, o policial oferecia dinheiro para participar de um ménage e fazia comentários de cunho sexual. As informações são do Portal Rios de Notícias.

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Em um dos áudios, ele dizia: “Eu tenho um carinho especial por você, sim, também. Apesar de que você me atrai, desperta um tesão, mas eu não sou um animal selvagem que só pensa em sexo”. Em outro, propunha: “Aceito o acordo. Eu pago para sair só eu e você essa semana, e depois a gente faz o nosso ménage, eu, você e ela. Te deixo livre para fazer o que quiser com ela. Bora?”.

À época, a PMAM afirmou que analisaria sua conduta. Cordeiro admitiu as conversas, mas defendeu-se alegando que as envolvidas eram maiores de idade. Após o caso, foi realocado para a Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel), onde estava lotado até a recente prisão.

Reincidência: esquema de ‘flanelinhas’ e tentativa de interferência

No domingo (27), Cordeiro foi detido após tentar liberar dois comparsas presos por cobrança abusiva de estacionamento (R$50 a R$100) nas proximidades da Arena da Amazônia. Ele apareceu no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), declarou que os “flanelinhas” atuavam sob seu comando e desobedeceu ordens do delegado para deixar o local, resultando em prisão em flagrante por estelionato.

Liberado após audiência de custódia, o militar agora responde a um Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado pela Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) da PM, que apura possível crime militar e infrações disciplinares. A Sedel colabora com as investigações.

Em nota, o Governo do Amazonas afirmou que “não compactua com condutas de agentes que violem princípios éticos e legais” e reiterou seu “compromisso com transparência e respeito à função pública”. A SSP-AM destacou que segue combatendo crimes que afetam a população, como o esquema de estacionamentos irregulares.

O histórico de Cordeiro levanta questionamentos sobre mecanismos de fiscalização internos na PM. Enquanto processos administrativos e criminais avançam, o caso expõe desafios na responsabilização de agentes públicos reincidentes.

As investigações continuam, e novas medidas contra o tenente-coronel dependem do resultado dos inquéritos. Enquanto isso, os dois “flanelinhas” seguem presos, e vítimas do esquema são ouvidas pela polícia.