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Polícia

‘Máfia dos flanelinhas’: Tenente-coronel da PM é solto após audiência de custódia

O militar, lotado na Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel), foi autuado por estelionato e liberado sob medidas cautelares, enquanto aguarda processos administrativos e investigações criminais

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Reprodução/internet

O tenente-coronel da Polícia Militar Eddie César Cordeiro foi liberado na tarde deste domingo (27), após audiência de custódia, menos de 24 horas após ser preso sob suspeita de comandar um esquema de cobrança abusiva de estacionamento nas proximidades da Arena da Amazônia e do Sambódromo, na zona centro-oeste de Manaus. O militar, lotado na Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel), foi autuado por estelionato e liberado sob medidas cautelares, enquanto aguarda processos administrativos e investigações criminais.

Operação prende grupo após meses de monitoramento

A prisão do tenente-coronel ocorreu na madrugada de domingo, durante operação que deteve também dois “flanelinhas” – identificados apenas como comparsas – que cobravam ilegalmente entre R$50 e 100 de motoristas por vagas em áreas públicas durante eventos. Segundo investigações, o grupo atuava desde o início do ano, ameaçando danificar veículos de quem se recusasse a pagar.

Tentativa de interferência na delegacia levou à prisão

De acordo com relatos, Cordeiro compareceu ao 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) após a prisão dos flanelinhas, exigindo a liberação dos detidos e alegando que eles “atuavam sob seu comando”. Ao se recusar a sair do local, desobedeceu ordens do delegado de plantão e acabou preso em flagrante.

A PM confirmou que o oficial já era investigado discretamente por suposto envolvimento no esquema, embora nunca tivesse sido abordado anteriormente.

Processos disciplinares e sindicância em andamento

A Sedel informou que o tenente-coronel será submetido a sindicância e processamento administrativo disciplinar para apurar violações éticas e funcionais. A Corporação reiterou que “não tolera condutas incompatíveis com a função policial” e que colabora com as investigações.

Enquanto isso, os dois “flanelinhas” seguem detidos, e a Polícia Civil analisa novas provas para ampliar o inquérito, incluindo relatos de vítimas e registros de monitoramento. O caso reacende o debate sobre a atuação de militares em esquemas de cobrança ilegal, tema que mobiliza operações integradas na capital desde janeiro.