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Mulher é presa em Manaus por se passar por médica e colocar crianças e gestantes em risco
A ação integra a Operação Azoth, coordenada pela PC-AM, que investiga crimes de estelionato, falsificação de documentos e exercício ilegal da profissão

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Sophia Livas de Morais Almeida, de 39 anos, foi presa em flagrante nesta segunda-feira (19) dentro de uma academia na capital amazonense, acusada de exercer ilegalmente a medicina como falsa cardiologista pediátrica. A ação integra a Operação Azoth, coordenada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que investiga crimes de estelionato, falsificação de documentos e exercício ilegal da profissão.

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A fraude que durou dois anos
De acordo com o delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Sophia atuava há pelo menos dois anos como “especialista em cardiopediatria”, atendendo crianças com cardiopatias graves e gestantes com fetos diagnosticados com problemas cardíacos. Formada em Educação Física, a suspeita não possui registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) e chegou a ministrar aulas em faculdades locais, segundo a PC-AM.
Para ganhar credibilidade, a falsa médica alegava ser “sobrinha de uma autoridade pública” – informação não confirmada – e usou essa suposta influência para acessar ambientes institucionais, incluindo o Ministério da Saúde, em Brasília.
Vítimas e consequências
Entre os casos investigados estão:
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Crianças com autismo: Um pai denunciou que Sophia medicou seus dois filhos, diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com “tranja preta” – substância não especificada nas investigações.
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Atestados falsos: Dois trabalhadores foram demitidos por justa causa após apresentarem atestados médicos emitidos pela suspeita, identificados como fraudulentos por suas empresas.
A polícia suspeita que outras vítimas tenham sido enganadas e pede que quem tiver informações entre em contato pelo telefone 181 ou 190.
Operação e prisão
A prisão preventiva de Sophia foi cumprida junto com mandados de busca e apreensão em endereços ligados à suspeita. Equipes apreenderam celulares, computadores e documentos que podem corroborar as acusações.
“Ela colocou vidas em perigo ao prescrever tratamentos sem qualquer qualificação. Crianças e gestantes estão entre os casos mais graves”, destacou o delegado Cícero Túlio.
Próximos passos
A falsa médica responderá por exercício ilegal da medicina, estelionato e falsificação de documentos. Se condenada, pode pegar até 12 anos de prisão. A PC-AM também investiga possíveis cúmplices na fraude.

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