Manaus
STJ autoriza aumento da passagem em Manaus e suspende liminar que impedia reajuste da tarifa
Ministro Herman Benjamin destacou que manter a tarifa congelada obrigaria a prefeitura a realocar R$ 7,7 milhões por mês de áreas como saúde e educação para subsidiar o transporte

Divulgação
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta quinta-feira (10), suspender uma liminar que bloqueava o reajuste da tarifa do transporte público em Manaus, permitindo temporariamente que o valor da passagem suba para R$5,00. A decisão, do ministro Herman Benjamin, atendeu parcialmente ao pedido da prefeitura, que alegava risco de rombo de 92 milhões nos cofres públicos até 2025, se o congelamento continuasse.
O conflito judicial
A polêmica começou em fevereiro, quando o prefeito David Almeida anunciou o aumento da tarifa. O Ministério Público do Amazonas (MPAM) entrou com uma ação civil pública, argumentando falta de transparência: o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) e o sindicato das empresas de transporte não apresentaram estudos técnicos que justificassem o novo valor. A Justiça do Amazonas acatou o pedido e bloqueou o reajuste em primeira e segunda instância, até que o STJ revertesse parcialmente a decisão.
Impacto Financeiro vs. Transparência
Em sua decisão, Herman Benjamin destacou que manter a tarifa congelada obrigaria a prefeitura a realocar R$ 7,7 milhões por mês de áreas como saúde e educação para subsidiar o transporte. Por outro lado, reconheceu o dilema social: “Manaus pode ter uma das tarifas mais altas do país, o que é preocupante, já que o serviço é usado majoritariamente por pessoas de baixa renda”. O tema, segundo ele, ainda será analisado em profundidade no processo em andamento.
Autonomia municipal em xeque
A prefeitura alegou que as decisões anteriores do TJAM violaram a autonomia administrativa da cidade e a Lei 8.987/1995, que regula concessões de serviços públicos. “A intervenção judicial desconsidera a complexidade financeira do sistema e coloca em risco o equilíbrio das contas públicas”, afirmou um representante do município.
Próximos passos
Enquanto o STJ libera o aumento provisoriamente, o caso segue em julgamento no Amazonas. O MPAM mantém a pressão por transparência: “Exigimos acesso aos estudos que embasam esse reajuste. A população merece saber se o valor é justo”, declarou um promotor.

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