Brasil
Censo 2022: população brasileira tem o menor crescimento da história e alcança 203 milhões

O ritmo de crescimento populacional no Brasil manteve a tendência de queda iniciada na década de 1970 e avançou apenas 6,45% entre 2010 e 2022. Com o menor aumento da história, chega a 203.062.512 o total de residentes em território nacional, segundo dados do Censo Demográfico 2022 revelados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No período de 12 anos, a taxa de crescimento geométrico foi de 0,52% ao ano e fez a população nacional ganhar 12.262.757 habitantes. Trata-se da evolução mais baixa desde a apurada entre as décadas de 1940 e 1950 (10.708.082).
O último crescimento populacional absoluto em ritmo maior do que o da década anterior foi contabilizado pelo Censo de 1991, quando o Brasil adicionou 27.822.769 pessoas em seu quadro de residentes, ante alta de 25.863.669 apurada de 1970 a 1980.
O IBGE explica que a população brasileira apresentou, até a década de 1940, altos níveis de fecundidade e mortalidade e o ritmo do crescimento populacional aumentou e apresentou seu maior pico na década de 1950, com uma taxa média de crescimento anual de 2,99%.
“No começo dos anos 1960, inicia-se lentamente o declínio dos níveis de fecundidade, e, a partir de 1970, já é possível verificar, por meio dos dados dos Censos Demográficos, a redução do crescimento populacional”, destaca o estudo.
No período de 150 anos, o volume populacional brasileiro registrou 193,1 milhões novos habitantes. Em termos absolutos, os maiores incrementos foram observados entre 1970 e 1980, com um crescimento de 27,8 milhões de pessoas.
Na análise entre as grandes regiões brasileiras, houve queda na participação relativa da população residente no Sudeste (de 42,1% para 41,8%) e no Nordeste (de 27,8% para 26,9%). Por outro lado, o Centro-Oeste (de 7,4% para 8%), o Sul (de 14,4% para 14,7%) e o Norte (de 8,3% para 8,5%) tiveram evolução em seu número de habitantes.
No estudo, o IBGE observa que houve um crescimento populacional relativamente maior nas regiões Norte e Centro-Oeste ao longo das últimas décadas. O Sul, que também apresentou aumento relativo na participação de sua população, reverteu a tendência de redução na participação total observada até 2010.
Mesmo com a leve queda do volume de residentes do Sudeste nos últimos 12 anos, os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro se mantêm como os mais populosos do país, com 44,4 milhões, 20,5 milhões e 16 milhões de habitantes, respectivamente.
Estados
São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro são os três estados mais populosos do país e concentram 39,9% da população. “Só o estado de São Paulo, com 44 milhões 420 mil 459 pessoas recenseadas, representando 21%, representa um quinto da população”, mostrou o gerente.
Na sequência ficaram a Bahia, o Paraná e Rio Grande do Sul. Em sentido oposto estão os estados localizados na fronteira norte do Brasil, entre eles Roraima, que segue como o estado menos populoso (com 636 303 habitantes), seguido do Amapá e do Acre. O Censo 2022 mostra ainda que 14 estados e o DF tiveram taxas médias de crescimento anual acima da média nacional (0,52%) entre 2010 e 2022.
Apesar de ser o menos populoso, o estado com maior crescimento populacional foi Roraima, onde a taxa de crescimento média anual chegou a 2,92% no período, único a superar a marca dos 2% ao ano.
Densidade demográfica
A densidade demográfica do país na última pesquisa censitária foi estimada em 23,8 habitantes por quilômetro quadrado (km²).De acordo com o IBGE, esse número continua desigual entre as regiões. “No Norte, que tem área de 3 850 593 km², ou 45,2% do território do país, a densidade é de 4,5 habitantes/km². Já na região mais populosa, o Sudeste, a média é de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado”, relatou o órgão.
A densidade domiciliar, que é representada pela relação entre moradores nos domicílios particulares permanentes ocupados e o número de domicílios particulares permanentes ocupados, recuou 18,7% no período censitário de 2022, índice mais acentuado que os 13,5% notificados entre os censos 2000 e 2010, passando de 3,3, em 2010, para 2,8, em 2022.
A maior densidade domiciliar (3,3 moradores por domicílio) foi registrada na Região Norte, enquanto a Sul foi a menor (2,6 moradores por domicílio). No contexto estadual, as médias oscilam entre 2,5, no Rio Grande do Sul, e 3,6, nos estados do Amazonas e Amapá. “Apenas sete estados têm média de moradores por domicílio maior ou igual a 3: os já citados Amazonas e Amapá, Roraima, Pará, Maranhão, Acre e Piauí”, informou o IBGE.
Ao todo, foram aplicados 62.388.143 questionários básicos, o que representou 88,9%. Nesse questionário havia 26 quesitos e o tempo de aplicação era de seis minutos. Já o ampliado levava 16 minutos e tinha 77 questões. Nesse modelo foram 7.772.064, ou 11,1%.
Inicialmente programado para ser coletado em 2020, o Censo Demográfico foi adiado devido à pandemia do novo coronavírus. No ano seguinte, sofreu novo adiamento, por falta de orçamento. Após determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), o governo federal liberou os R$ 2,3 bilhões necessários para a realização da operação censitária.
O estudo realizado a cada dez anos é essencial para mostrar uma fotografia detalhada dos brasileiros e as principais características socioeconômicas do país. Os dados divulgados nesta quarta-feira (28) representam apenas o primeiro recorte do levantamento.
Para a coleta do Censo 2022, foram realizadas 62,4 milhões entrevistas básicas (26 questões) e 7,8 milhões questionários ampliados (77 questões), frutos de 68,7 milhões de entrevistas presenciais, 362.563 preenchimentos online e 412.725 coletas por telefone. A recusa para participar do estudo superou 1 milhão de domicílios.
*Com informações de R7 e Agência Brasil

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