‘Batalha do Texas’ abre oportunidade para jovens da Zona Leste mostrarem talentos no Breaking e All Style

A “Batalha do Texas” está lançada! No dia 18 de setembro, o público de Manaus verá um duelo inédito de Hip-hop, a partir das 13h, na Rua Coirama, nº 53, no bairro Jorge Teixeira, no coração da Zona Leste. Nos movimentos do Breaking e do All Style, os dançarinos e dançarinas passarão pelo crivo de seis jurados. O melhor de cada estilo de dança levará o prêmio de R$ 300.

A batalha conta com o apoio das empresas LogicPro Tecnologia, Esportes da Sorte, Churrascaria e Peixaria Top Refeições, Projeto 4K, Good Hip Hop, além da Federação Amazonense de e-Sports (Faesp) e da Associação dos Bares, Restaurantes, Lanchonetes e Similares da Avenida Itaúba (Abrelsai).

O torneio de danças urbanas é uma realização do Canal 92AM e Instituto 92 Solidário, que não traz apenas visibilidade e premiação em dinheiro, mas dá a muitos jovens que se inscreverem na “Batalha do Texas” a possibilidade de mostrar aos espectadores que a arte de mexer o corpo em um ritmo também resgata crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

“O intuito [da Batalha do Texas] é tirar a criançada, jovem e adolescente das drogas e da criminalidade. Trabalhar nas periferias das comunidades da Zona Leste é, na verdade, salvar vidas. Isso que queremos fazer. Invés de uma mãe estar chorando porque o filho acabou de morrer a tiro, por que ele não pode ver a mãe o aplaudindo em um palco dançando e fazendo um show?”, disse Troya Black, 31, responsável pela organização do evento.

Dançarino de popping animation e popping dance há dez anos, Troya Black é cria da Zona Leste e conhece a má reputação da área onde mora, conhecida por ser um território com alto índice de criminalidade (tráfico, homicídios, roubos e assaltos, por exemplo). Mas o popper, desde 2017, resolveu promover batalhas de Hip-hop e revelar aos moradores de Manaus que a Zona Leste também abriga talentos na arte e na cultura.

“Nas outras zonas [geográficas da capital do Amazonas] o hip-hop e demais danças urbanas habitam. Essas pessoas da Zona Sul dizem que a Zona Leste não tem talento. Dizem que a Zona Leste não tem arte e nem cultura. Dizem que aqui é só criminalidade. E tudo isso [com a realização da Batalha do Texas] é para mostrar para as outras zonas que aqui na Zona Leste, por mais que seja perigoso, tem sim cultura, tem pessoas que dançam, tem hip-hop dance e muita criatividade”, afirmou Black.

As inscrições para a “Batalha do Texas” serão realizadas no local e dia do evento, em 18 de setembro. O valor único é de R$ 20, para os que irão batalhar, e a entrada é gratuita. Do corpo de jurados, formado por dançarinos e dançarinas de Manaus já reconhecidos fora do Estado, três são do Breaking Dance (B.Boy Kevison e B.Girls Josy e Vivi) e outros três fazem performances no All Style (Jone Batista, JK Snake e Tiago Nery). O evento será transmitido ao vivo, pelo Facebook e Instagram do Canal 92AM.

Lição de vida

Antes da parceria com o Canal 92AM e o Instituto 92 Solidário para organizar uma grande batalha de danças urbanas no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus, o popper Troya Black descobriu que a vocação dele no hip-hop era mais direcionada para o lado social que artístico. A revelação veio do apelo de uma mãe em luto, que se arrependeu de proibir o filho de seguir o sonho de dançar.

“A gente estava em um ensaio [de danças urbanas] com um monte de jovens e uma mãe apareceu lá e deu uma surra em um deles. Ela não queria ver o filho conosco na dança e disse que éramos vagabundos e não prestávamos. Então, o filho dela entrou no crime e o mataram. Um tempo passou e eu estava em um evento de dança para batalhar, quando essa mãe chegou comigo e pediu perdão e disse para continuar o meu trabalho de realizar batalhas de danças incentivando os jovens. Ela disse que foi estúpida e agora o filho dela estava morto”, disse Black.

O diretor do Canal 92AM e presidente de honra do Instituto 92, Anderson Silva, abre espaço para o projetos na comunidade com o objetivo de dar oportunidades para jovens e adolescentes.

“Busco dar expertise e apoio aos bons projetos realizados nas comunidades. Quero trabalhar com o intuito de ajudar na diminuição da violência e ajudar jovens e adolescentes a se mantarem longe das drogas. O Breaking se tornou um esporte olímpico e também queremos ajudar esses jovens a realizarem seus sonhos”, afirmou o gestor.