É mais um domingo peculiar em Manaus, daqueles que só quem vive na capital amazonense entende bem. Os caciques políticos do estado estão a todo vapor, correndo pela cidade em busca de votos e apoio para seus pré-candidatos a prefeitos e vereadores. Além dos alinhados políticos, encontram-se no meio amigos, funcionários, cabos eleitorais e, claro, muitos familiares. Esse é o cenário típico da política local, onde o alinhamento é mais familiar do que ideológico.

E, claro, a chuva não dá trégua. Manaus, conhecida por suas tempestades intensas, está mais uma vez alagada. Centenas de famílias foram desabrigadas, vítimas não só das águas impiedosas, mas também de alguns “pseudo-reporters” e abutres digitais de sites e portais sem escrúpulos. Esses veículos aproveitam a desgraça alheia para desmoralizar políticos e políticas públicas, apontando a ineficiência em combater o crescimento desgovernado da cidade. Manaus, mais uma vez, está encharcada de promessas utópicas.

No meio desse caos, líderes comunitários também dão seu show à parte. Considerando-se donos dos bairros, esses líderes loteiam suas regiões a politiqueiros, leiloando votos ao melhor ofertante. A cada esquina, becos e ruas são explorados em busca de apoio. O cidadão comum, que espera por um tranquilo descanso dominical, é surpreendido por políticos batendo à porta, pedindo votos e prometendo o que não podem cumprir.

Este é o domingo de Manaus no contexto político. Com chuva ou sem chuva, a política nunca para. Os caciques voam alto, mas não tão alto que não possam ouvir as queixas de seus eleitores. As chuvas alagam, mas também trazem a verdade à tona: a de uma cidade que clama por mudanças reais. Entre promessas e inundações, uma coisa é certa: é um dia relevante para reflexão sobre o futuro da nossa capital.

Enquanto a política voa alto e a cidade enfrenta suas tempestades, o povo de Manaus continua a lutar, sonhando com dias melhores. Afinal, a esperança é a última a se afogar nas águas barrentas do Amazonas.