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Colunista

Marcello Amorim

Lula Em Xeque: O Jogo Político Que Não Termina

Para presidente, articulações para eleições 2026 já estão em andamento.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula, há muito tempo, se tornou uma espécie de “candidato vitalício” ao Palácio do Planalto, com um histórico de campanhas que poderia rivalizar com o de qualquer político que se preze. Na última reunião de longa duração na Granja do Torto, com uma plateia de 43 pessoas, o presidente insinuou que as eleições de 2026 já estavam em andamento. A ironia não passou despercebida: após 35 anos em campanha, ele ainda brinca com a ideia de não ser o candidato do PT. Claro, se isso ocorrer, será “contra sua vontade” e por uma questão biológica — o tipo de imposição que qualquer político adora, não é mesmo?

 

Entretanto, os desafios para o presidente são imensos. O Brasil atravessa um período de fragilidade econômica, com inflação em alta, especialmente nos alimentos, e uma dívida crescente. Lula, que sempre foi um hábil negociador, agora se vê em um jogo geopolítico tenso. Sua relação com os Estados Unidos, já estremecida, não é nada favorável, e a dependência do Brasil com a China – que consome um terço das exportações nacionais – coloca o presidente em uma posição delicada para o futuro próximo.

 

E quem, entre os 38 ministros, Lula pode realmente contar para 2026? O quadro político se torna um campo minado de escolhas difíceis, enquanto o espectro da extrema direita, representado por Jair Bolsonaro, segue assombrando seus planos. Lula não deverá ter um final de mandato tranquilo, e o jogo político, certamente, não será fácil para o veterano.