Conecte-se conosco

Colunista

Marcello Amorim

Bernard Appy: O Gladiador da Injustiça Social e a Extinção da Zona Franca de Manaus

No crepúsculo da humanidade, a economia de opressão que subjuga os estados pobres emerge como o carrasco implacável, acelerando o fim do mundo com sua injustiça sistêmica e desigualdade desenfreada. No Brasil, um dos mais recentes arautos dessa realidade é Bernard Appy, secretário de Reforma Tributária, que propõe substituir progressivamente a Zona Franca de Manaus (ZFM) com projetos pilotos que prometem um fictício desenvolvimento sustentável. Como se a sustentabilidade fosse a panaceia para todas as mazelas sociais.

Appy, um economista que não conhece a dor do caboclo amazonense que precisa deixar suas raízes interiorana para encontrar trabalho na capital, defende uma reforma tributária (PEC 45/2019) que visa, supostamente, modernizar a economia. Em entrevista no Projeto Diálogos Amazônicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele afirmou que a ZFM está mantida por decisões políticas até 2073, mas que seus benefícios serão reduzidos progressivamente. É claro, tudo feito com muito planejamento, como se o planejamento cuidasse do impacto real na vida das pessoas.

“O objetivo, no mínimo, é gerar tanto emprego e tanta renda quanto gera a Zona Franca na região de Manaus hoje”, afirma Appy. A pergunta que não quer calar é: quem garante? Talvez o mesmo planejamento que tantas vezes deixou a desejar em outras reformas que só perpetuaram desigualdades. O economista, que tem sido um gladiador na destruição dos direitos do trabalhador amazônida, parece acreditar que a substituição gradual dos benefícios da ZFM não trará prejuízos. Ironicamente, ele ignora que a ZFM é mais do que um modelo econômico; é um alicerce da identidade e da sobrevivência dos amazonenses.

Appy destaca que, se os projetos pilotos não funcionarem, a ZFM será mantida. Que alívio! Isso se chama “planos B” que, na prática, significam: “Vamos arriscar e ver no que dá”. As ações são feitas “de forma responsável para não gerar prejuízos às empresas”, mas e quanto aos trabalhadores? Parece que a responsabilidade social ficou fora da equação.

Appy também menciona que a transição tributária, que começa em 2027 e termina em 2033, trará uma redução de cerca de 8% nos preços de itens da cesta básica. Que maravilha! Como se a redução no preço do arroz e do feijão fosse suficiente para compensar a perda de empregos e renda causada pela extinção da ZFM.

O secretário defende ainda a tributação de veículos poluidores e incentivos a veículos sustentáveis. Uma proposta louvável, mas que soa irônica vinda de alguém que não parece entender a complexidade das necessidades da população amazonense.

Nas raias sociais, na periferia da vida, precisamos nos posicionar para trazer uma identidade. A dor do caboclo amazonense não pode ser ignorada em nome de uma sustentabilidade que pode nunca se concretizar.

Bernard Appy precisa entender que a Zona Franca de Manaus é mais do que um modelo econômico: é a essência de um povo que ele, como gladiador da economia, parece disposto a extinguir.

 

*Marcello Amorim é um profissional multifacetado, com uma trajetória notável em diversas áreas, incluindo jornalismo, publicidade, capelania, teologia, liderança política e governança civil. Sua vasta experiência lhe permite abordar os temas mais relevantes com criatividade, determinação e eficácia. Marcello possui também título de Mestre em Ciência da Educação.

Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicidade