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Amazonas

Orquestração de secretários de Wilson Lima, com milícias e traficantes, para ‘tocar o terror’ em Parintins é classificada como grave por Ronaldo Tiradentes

Para Ronaldo Tiradentes, o governador Wilson Lima subestimou gravemente a crise envolvendo os ex-secretários, considerando que rumores sobre a existência das gravações já circulavam desde agosto.

Em comentário no seu Programa Manhã de Notícias, desta quinta-feira (03/10), o jornalista Ronaldo Tiradentes, criticou a demora do governador em exonerar os ex-secretários do governo, flagrados em gravações que revelam uma trama para influenciar as eleições municipais de Parintins em favor da candidata Brenna Dianá (União Brasil).

Para Ronaldo Tiradentes, o governador Wilson Lima, que também é presidente do União Brasil no Amazonas, subestimou gravemente a crise envolvendo os agora ex-secretários, considerando que rumores sobre a existência das gravações já circulavam desde agosto.

O jornalista também classificou como grave a questão de criar um clima de insegurança com uso de traficantes e milícias para poder acionar a ação da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), uma polícia de elite, que é acionada somente para operações especiais.

“Esse negócio de tocar o terror, usar milícias, traficantes de drogas, de gente perigosa para criar um clima de insegurança a ponto de justificar a presença da Rocam na cidade, uma polícia de elite, que só é convocada para ações muito especiais. A ideia era impor o medo na cidade, desestabilizar o sistema de segurança, para necessitar de uma ofensiva da Rocam. Isso é muito grave, o governador subestimou e demorou muito para demitir os secretários”, criticou Ronaldo.

Em outra parte do vídeo, o apresentador declarou que o conteúdo do vídeo é “altamente explosivo”. “Agora, me custa crer, eu não quero acreditar que o governador Wilson Lima tenha dado orientação para seus secretários fazer tocar o terror em Parintins como eles estavam fazendo. O conteúdo dessas gravações é altamente explosivo”, comentou.

Polícia Federal e Exonerações

Mesmo com alertas e indícios crescentes de irregularidades, o governador apenas exonerou os secretários um dia antes da operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quinta-feira (3). Após a divulgação caso, foram levantadas questões se a orientação das ações ilegais partiu de Wilson Lima. Até o momento, a PF não mencionou diretamente o nome do governador. No entanto, os secretários envolvidos são do primeiro escalão do governo do estado.

Foram exonerados Fabrício Rogério Barbosa (Administração) e Marcos Apolo Muniz de Araújo (Cultura e Economia Criativa). Também foi demitido o diretor da Cosama (Companhia de Saneamento do Amazonas), Armando do Vale.

Além, deles o capitão do Comando de Operações Especiais (COE), Guilherme Navarro Barbosa Martins, e o comandante do pelotão Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, foram exonerados após recomendação do promotor Armando Gurgel, da Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial (Proceap).

A operação da PF mirou diretamente os secretários envolvidos nas gravações, que tramavam o uso de estruturas de estado, incluindo forças policiais, para beneficiar a campanha de Brenna Dianá.

Além das buscas e apreensões, a Justiça Eleitoral determinou medidas restritivas contra os investigados, proibindo seu acesso à cidade de Parintins e qualquer contato com coligações partidárias locais. Essa operação coloca em xeque a integridade do processo eleitoral e levanta questionamentos sobre a postura do governo em relação a práticas ilegais de interferência nas eleições.