Política
“Concorrência desigual”: governadores pedem fim de incentivo fiscal a montadoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
A prorrogação do benefício, discutida pelos senadores na aprovação da reforma tributária, é criticada por cinco governadores do Sul e Sudeste

Cinco governadores do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) pedem o fim do incentivo fiscal a montadoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, em carta enviada à Câmara dos Deputados na última semana.
A justificativa do Cosud é que, conforme os dados do Tribunal de Contas da União (TCU), o incentivo fiscal superior a R$ 5 bilhões anuais não teve o efeito econômico esperado para as regiões. A medida vigora desde 1999 e foi prorrogada até 2032.
A prorrogação do benefício, discutida pelos senadores na aprovação da reforma tributária, é criticada pelos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Junior (PSD), Romeu Zema (Novo), Eduardo Leite (PSDB) e Jorginho Mello (PL). Eles solicitam a exclusão dos parágrafos 3º e 4º do artigo 19 da reforma tributária que concede incentivos fiscais a produção de veículos movidos à combustão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
“Por todo o cenário aqui exposto, cabe evitar que a reforma tributária inviabilize o atingimento de metas ambientais internacionalmente assumidas pelo Brasil, como o Acordo de Paris. Por isso solicitamos a exclusão dos veículos movidos à combustão (parágrafos 3º e 4º do artigo 19) de uma eventual renovação dos incentivos regionais”, diz a carta assinada pelos governadores do Cosud.
Os governadores afirmam que esse benefício fiscal para as três regiões gera uma “concorrência desigual”. “Pontuamos que esse benefício e suas frequentes prorrogações – que já levaram sua vigência até final de 2025 – possuem um caráter não regional, mas sim individual e específico, uma vez que não são permitidos novos empreendimentos e empresas, independentemente do estado em que se proponha realizar investimentos, gerando uma assimetria tributária e um ambiente concorrencialmente desigual, com forte prejuízo para toda a sociedade e para os empregos nas demais regiões do país”, analisam.
Foto: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP
*Com informações de Gazeta do Povo

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