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UE e EUA em trégua: Bloco europeu suspende retaliações por 90 dias e sinaliza diálogo

A trégua foi justificada por von der Leyen como um gesto para “dar uma chance” aos EUA, após Trump reduzir tarifas que atingiam produtos como aço e alumínio europeus

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Montagem/Canal92am

Em um movimento que ameniza tensões globais, a União Europeia (UE) anunciou, nesta quinta-feira (10 de abril de 2025), a suspensão de tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos, por 90 dias. A decisão, divulgada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no X (antigo Twitter), ocorre após o governo de Donald Trump recuar parcialmente em taxas impostas ao bloco europeu, sinalizando uma possível reaproximação comercial.

Contexto da trégua

A suspensão foi justificada por von der Leyen como um gesto para “dar uma chance” aos EUA, após Trump reduzir tarifas que atingiam produtos como aço e alumínio europeus. A líder destacou que o recuo americano é um “passo crucial para estabilizar os mercados”, mas reforçou que a UE mantém um plano de retaliação pronto para ser acionado caso as negociações fracassem nos próximos três meses.

Objetivo: Acordo de livre comércio

Em publicações no X, von der Leyen defendeu a eliminação total de barreiras comerciais entre os blocos: “Tarifas prejudicam empresas e consumidores. Queremos um acordo de livre comércio com tarifas zeradas, mas também estamos diversificando parceiros, como o Mercosul, que representa 87% do comércio global”. A menção ao Mercosul reforça a estratégia europeia de reduzir dependência dos EUA.

Cronologia da crise

A decisão surge após dias de escalada:

  • 9 de abril: UE anuncia tarifas contra produtos americanos em resposta a taxas de 25% sobre aço e 20% sobre outros itens.
  • 3 de abril: Von der Leyen critica políticas de Trump como “duro golpe à economia global”, alertando para riscos de inflação em medicamentos e alimentos.
  • Março 2025: EUA impõem tarifas extras a setores europeus, gerando ameaças de retaliação.

O que estava em jogo?

Segundo a Reuters, a UE preparava tarifas de 25% sobre produtos como milho, trigo, motocicletas e roupas americanas – medida agora congelada. A indefinição sobre quais itens seriam atingidos gerou ansiedade no agronegócio e na indústria dos EUA.

Análise: Paz frágil e riscos

Especialistas veem a trégua como uma “pausa tática”:

  • “A UE quer evitar uma guerra comercial em ano eleitoral nos EUA, mas não abrirá mão de proteger seu mercado único”, explica Carlos Mendes, economista europeu.
  • Para analistas, o sucesso do diálogo depende de Trump não reintroduzir tarifas durante as negociações. Se falhar, a retaliação europeia pode atingir setores sensíveis, como tecnologia e agricultura.

Próximos capítulos

Enquanto von der Leyen evita detalhar planos de contingência, o bloco europeu já sinaliza parcerias alternativas, incluindo avanços no acordo UE-Mercosul. Para o consumidor global, a mensagem é clara: “A calmaria é temporária. O mundo respira, mas segue de olho em Washington.”

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