Política
Saullo Vianna pede expulsão de Wilson Lima e Brena Dianná do União Brasil por manipulação política em Parintins
A denúncia é baseada em gravações que revelam uma série de ações ilegais promovidas pelo alto escalão do governo estadual para beneficiar a candidatura de Brena nas eleições deste domingo (6).

Foto: Divulgação
O deputado federal Saullo Vianna (União Brasil) protocolou um pedido de expulsão do governador do Amazonas, Wilson Lima, e da vereadora e candidata à prefeitura de Parintins, Brena Dianná, do partido União Brasil por envolvimento em um esquema de corrupção política e uso indevido da máquina pública para influenciar as eleições municipais de 2024 na ilha tupinambarana.
A denúncia é baseada em gravações que revelam uma série de ações ilegais promovidas pelo alto escalão do governo estadual para beneficiar a candidatura de Brena nas eleições deste domingo (6).
“Hoje protocolei o pedido de expulsão de Wilson Lima e Brena Dianná do União Brasil, com base em evidências concretas que indicam a manipulação política nas eleições de Parintins. As investigações apontam para o uso indevido da máquina pública em ações que comprometem a integridade do processo eleitoral”, disse o deputado federal, que faz parte do UB.
De acordo com Saullo, é fundamental que o partido tome medidas enérgicas diante de fatos tão graves. “Esse pedido de expulsão reforça o compromisso com a ética e a defesa da democracia, princípios que devem guiar nossa atuação política em todos os momentos”, pontuou.
Vídeos amplamente divulgados mostram membros do governo do Amazonas, incluindo o presidente da Cosama, Armando do Vale, e os secretários Marcos Apolo Muniz (Cultura) e Fabrício Barbosa (Administração), além de comandantes da Rocam e COE, tramando um plano para interferir no pleito. Entre as ações discutidas estavam a instalação de grampos telefônicos em membros da equipe do atual prefeito de Parintins, Bi Garcia, e o uso de policiais militares para monitorar e intimidar eleitores, além do emprego de traficantes e milícias para semear o terror na cidade e criar um clima de insegurança.
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Operação da PF e exonerações
As ações resultaram em uma operação da Polícia Federal na última quarta-feira (3), onde todos os secretários e policiais que aparecem nas gravações foram alvos. Um dia antes da ação da PF, o governador exonerou Fabrício Rogério Barbosa (Administração) e Marcos Apolo Muniz de Araújo (Cultura e Economia Criativa). Também foi demitido o diretor da Cosama (Companhia de Saneamento do Amazonas), Armando do Vale.
Além deles, o capitão do Comando de Operações Especiais (COE), Guilherme Navarro Barbosa Martins, e o comandante do pelotão Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, foram exonerados após recomendação do promotor Armando Gurgel, da Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial (Proceap).
Brena Dianná, além de ser a principal beneficiária do esquema, manteve silêncio e conivência diante das ações ilegais que a favoreciam. A candidata à prefeitura de Parintins está no centro das acusações, sendo apontada como parte fundamental na articulação de ações criminosas para garantir sua eleição. De acordo com Saullo Vianna, o envolvimento direto de Brena com a cúpula do governo estadual fere os princípios democráticos e compromete a imagem do União Brasil.
Investigação do MPAM
Nesta quinta-feira (3), o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) informou que instaurou um novo inquérito civil, desta vez direcionado ao governador Wilson Lima e ao secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Antony — único secretário presente ao referido encontro que não foi exonerado nesta semana. O objetivo é apurar, na esfera extrapenal, a ocorrência de desvio de finalidade, excesso de poder, dano ao erário e improbidade administrativa no âmbito da administração pública do Poder Executivo do Estado do Amazonas.
O documento, assinado pelo procurador-geral de Justiça (PGJ), Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, cita o “desvirtuamento das atribuições do sistema de Segurança Pública e da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas, a fim de intimidar, por meio da atuação irregular de agentes públicos das áreas de segurança pública e fiscalização tributária”, apoiadores do vereador Mateus Assayag (PSD), candidato a prefeito do município de Parintins.

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