A seca histórica que assolou o Amazonas em 2023 trouxe à tona uma preocupante lacuna: nenhum dos 62 municípios do estado possui políticas preventivas contra desastres climáticos. Esta omissão coloca em risco a população local, que, desprevenida, sofre as consequências devastadoras desses eventos extremos.

A situação é alarmante, especialmente considerando a recorrência desses desastres. Em anos anteriores, tanto cheias recordes quanto secas sem precedentes já haviam impactado a região, deixando comunidades isoladas, sem acesso a recursos básicos como água, comida e atendimento médico.

O Ministério Público de Contas do Amazonas vem repetidamente alertando para essa negligência por parte dos gestores municipais, sem sucesso. A falta de planos de prevenção contra desastres climáticos é uma falha grave que expõe a população a riscos desnecessários.

No entanto, há medidas que poderiam ser implementadas para mitigar o sofrimento causado por esses eventos. A remoção antecipada de comunidades isoladas, o provimento de recursos para garantir o abastecimento e a dragagem planejada dos rios são algumas das ações que poderiam ser adotadas.

É crucial que os governantes locais ajam com responsabilidade e antecipação diante dessas ameaças. A falta de estruturação das defesas civis municipais e a ausência de uma gestão de risco de desastres eficaz são pontos críticos que precisam ser urgentemente abordados.

A população mais afetada por esses desastres é aquela que depende da pesca e da agricultura, atividades severamente prejudicadas pela estiagem. Os políticos e gestores públicos têm a obrigação de estar cientes desses fenômenos climáticos com antecedência, já que muitos são previstos pela meteorologia com meses de antecedência.

Em última análise, é mais econômico e humano investir em prevenção do que em remediar os danos causados por desastres climáticos. É fundamental que os representantes locais ajam de maneira proativa, envolvendo a comunidade e adotando medidas preventivas consistentes para garantir a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos.