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Colunista

Marcello Amorim

ABUTRES NA IMPRENSA: REFLEXÕES SOBRE ÉTICA E RESPONSABILIDADE

A recente controvérsia envolvendo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Manaus expõe uma ferida profunda na relação entre a mídia e o poder público. A divulgação de um vídeo apócrifo, mostrando a suposta troca de propina nas dependências da prefeitura, levanta questões não apenas sobre a integridade dos funcionários envolvidos, mas também sobre a conduta ética da imprensa local.

A designação do indivíduo como um motorista do “Abutre”, um termo frequentemente associado a veículos de comunicação sensacionalistas e irresponsáveis, apenas intensifica a gravidade do incidente. Ainda que se prove a falsidade da acusação de propina, a invasão da sede de um poder para cometer um crime é inaceitável em qualquer circunstância.

É crucial questionar o objetivo por trás desse ato vil. Quem foi o mandante? Quem se beneficiou do desgaste das imagens daqueles inicialmente envolvidos na divulgação? O vazamento de informações manipuladas visa semear o caos e minar a confiança na instituição democrática.

Além disso, é pertinente questionar o papel dos profissionais de mídia na disseminação de informações duvidosas. A existência de blogueiros e jornalistas locais que operam sob suspeita de aceitar propinas em troca de cobertura favorável é alarmante. Esses indivíduos comprometem a integridade do jornalismo e minam a confiança do público na imprensa como um contraponto legítimo ao poder.

A criação de um veículo de comunicação com o nome “Abutre”, mesmo que seus profissionais busquem ser éticos, é um equívoco. A informação podre não deve ser consumida, nem por quem a produz, nem pelos que a recebem. A sociedade manauara merece uma imprensa responsável, comprometida com a verdade e com a defesa dos princípios democráticos.

É imperativo que as autoridades investiguem este incidente com seriedade e que os culpados sejam identificados e punidos com rigor. A liberdade de imprensa é um pilar fundamental da democracia, mas ela deve ser exercida com responsabilidade e respeito aos direitos e à dignidade de todos os envolvidos. A justiça deve prevalecer para restaurar a confiança na integridade das instituições e na ética do jornalismo.

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